lunes, 23 de agosto de 2010

DILMA divulga manifesto para acalmar povo de Deus

Petista divulga manifesto para acalmar povo de Deus

(23/8/2010)

Vera Rosa / BRASÍLIA – O Estado de S.Paulo

Em carta, ela defende a família e promete não espichar a polêmica sobre aborto e união civil entre homossexuais

Vedete da campanha do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002, a Carta ao Povo Brasileiro, feita sob medida para acalmar o mercado, ficou para trás. De olho no voto de católicos e evangélicos, a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, escreveu agora um manifesto intitulado Carta ao Povo de Deus, no qual defende a família e promete não espichar a polêmica sobre aborto e união civil entre homossexuais.

Cabe ao Congresso Nacional a função básica de encontrar o ponto de equilíbrio nas posições que envolvam valores éticos e fundamentais, muitas vezes contraditórios, como aborto, formação familiar, uniões estáveis e outros temas relevantes, tanto para as minorias como para toda sociedade brasileira, diz a carta assinada por Dilma.

No último parágrafo do manifesto, que será distribuído em seu comitê, a petista pede oração e voto para ter a oportunidade de continuar o projeto de Lula. Em tom pontuado por expressões de fé e esperança, Dilma diz que programas como o Bolsa-Família e o Minha Casa Minha Vida resgatam valores da cidadania e a semente do Evangelho.

Disposta a cativar todas as denominações cristãs, ela observa que a miséria e as distorções sociais têm o dedo imperfeito do homem, e não o desígnio de um Deus perfeito.

Na quinta, Dilma conversou com o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, d. Geraldo Lyrio Rocha, em Brasília. Estava acompanhada por Gilberto Carvalho, chefe de gabinete de Lula e ex-seminarista.

A visita de Dilma à sede da CNBB ocorreu no rastro da polêmica envolvendo o bispo de Guarulhos (SP), d. Luiz Gonzaga Bergonzini. Em artigo intitulado Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus – postado no mês passado no site da CNBB -, o religioso defendeu o boicote à candidatura de Dilma por considerar que a petista defende o aborto, embora ela não tenha pregado sua legalização.

Coordenado pelo pastor e deputado Manoel Ferreira (PR-RJ), o comitê evangélico pró-Dilma também produziu uma cartilha contendo 13 motivos para o cristão votar nela. Na lista consta que a candidata faz parte de uma geração que lutou pelo ideal da liberdade democrática, tanto quanto pela liberdade cultural e religiosa. Na tentativa de combater a fama de durona que maltrata os subordinados, o texto diz ainda que Dilma é humilde e conhece o sofrimento, a dor e a necessidade do ser humano. / V.R.

FONTE: CCR (Comissão de Cidadania e Reprodução) http://www.ccr.org.br/a_noticias_detalhes.asp?cod_noticias=11180

http://jandirainbow.wordpress.com/2010/08/23/serra-marina-e-plinio-na-tv-cancao-nova-2182010/

(21/8/2010)
O Dia Online

Rio – Os candidatos à Presidência José Serra (PSDB), Marina Silva (PV) e Plínio Arruda Sampaio (PSOL) participam amanhã, às 22h, de debate promovido pela TV fechada Canção Nova, com retransmissão pela rede de rádio e TV Aparecida. Dilma Rousseff (PT) foi convidada, mas não vai participar.

No mês passado, Dilma se envolveu em polêmica depois que o bispo de Guarulhos, dom Luiz Gonzaga Bergonzini, pregou o boicote dos católicos à candidatura petista, sob o argumento de que a ex-ministra defende a descriminalização do aborto. A assessoria de Dilma não informou se é este o motivo de sua ausência.

Temas como aborto, uso de células-tronco embrionárias e uso de símbolos religiosos em locais públicos estão na pauta do debate, previsto para durar duas horas.

A emissora pertence à comunidade católica Canção Nova, que segue a linha Renovação Carismática. No Rio, o canal pode ser sintonizado por antena parabólica e pelas TVs por assinatura TVA (canal 166) e Sky (canal 24). O debate será no auditório da Faculdade Santa Marcelina, em São Paulo, e terá como mediador o padre Antônio Cesar Moreira Miguel, diretor da Rede Aparecida.

FONTE: CCR (Comissão de Cidadania e Reprodução)

http://www.ccr.org.br/a_noticias_detalhes.asp?cod_noticias=11187

Terreiros de candomblé da BA pedem que filhos-de-santo se declarem ao Censo 2010

23/08/2010 - 07h05

Especial para o UOL Notícias
Em Salvador

A pouco mais de dois meses para o encerramento do Censo 2010, os terreiros de candomblé e umbanda da Bahia intensificaram uma campanha para que seus filhos-de-santo declarem aos pesquisadores serem adeptos dos cultos.

Segundo dados do último censo geral do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), realizado em 2000, apenas 0,49% da população de Salvador (aproximadamente 9.000 pessoas, à época) declarou pertencer a uma religião de matriz africana. Esse número é, proporcionalmente, bem menor que em capitais como Porto Alegre (2,5%) e Rio de Janeiro (1,2%).

"Levando-se em consideração que Salvador é considerada a cidade com o maior contingente negro fora da África, os dados confirmam que o sincretismo religioso no Estado acabou favorecendo, historicamente, religiões majoritárias, como a católica", observou Joílson Rodrigues, coordenador de informação do IBGE na Bahia.

A campanha que pretende desvendar o real número de adeptos do candomblé e da umbanda na Bahia é feita pela internet, principalmente pelas redes sociais, além de mensagens por telefone, mala direta, contatos pessoais e distribuição de panfletos.

"Faço questão de conversar pessoalmente com meus filhos-de-santo, pedindo que eles não tenham vergonha da nossa indumentária, das nossas músicas, das nossas danças, ao contrário, que sintam orgulho de nossa cultura. Além disso, estou usando a internet e outros meios digitais para divulgar a campanha fora da Bahia", afirmou o babalorixá Sivanilton Encarnação da Mata, mais conhecido como Babá Pecê de Oxumarê. Líder do terreiro Ilê Axé Oxumarê, fundado no século 19 e um dos mais tradicionais do Brasil, o babalorixá é o coordenador da campanha na Bahia.

No ano passado, o Coletivo de Entidades Negras (CEN) lançou a campanha "Quem é de axé diz que é" para estimular os filhos e filhas-de-santo a divulgarem que são adeptos dessas religiões. Com o início do Censo 2010, os terreiros da Bahia resolveram ampliar a iniciativa. O movimento popular conta com o apoio da Federal Nacional do Culto Afro-Brasileiro e outras associações ligadas à causa da intolerância religiosa.

"Queremos conscientizar o povo-de-santo sobre a importância de assumir a sua identidade religiosa com orgulho e, assim, chamar atenção da sociedade para a necessidade de criação de políticas públicas para nós, adeptos de religiões afro-brasileiras", disse Marcos Rezende, coordenador-geral do CEN.

Um levantamento feito entre 2006 e 2007, pelas Secretarias Municipais de Reparação (Semur) e da Habitação (SMH), em parceria com o Ceao (Centro de Estudos Afro-Orientais, órgão da Universidade Federal da Bahia), revelou que existem 1.165 terreiros na capital baiana. Contudo, de acordo com estimativas do antropólogo Jocélio Teles, diretor do Ceao e coordenador da pesquisa, esse número é ainda maior. Na Bahia, a Federação do Culto Afro estima a existência de cerca de 4.000 terreiros.

"A campanha dos terreiros é importante porque, depois do Censo, teremos informações mais precisas para caracterizar o povo brasileiro", acrescentou Joílson Rodrigues.